ORIENTAÇÃO AOS PACIENTES COM DOR E SEUS CUIDADORES
A dor é sua. Você não é dela.
A dor pode ser um problema agudo ou crônico.
A dor aguda pode se cronificar, ou seja, se estender além do tempo esperado para a cura da patologia que a provoca ou provocou.
Frente à estados agudos ou crônicos procure o auxílio de um profissional de saúde. Ele saberá orientá-lo no sentido de encaminhá-lo aos Centros especializados. A maior parte das vezes os serviços de assistência à saúde dispõem de recursos que o auxiliarão no alívio de seus sintomas.
Não se desespere. Há procedimentos técnicos à sua disposição e que o ajudarão, certamente.
Há várias situações em que a dor crônica tem cura. Em outras ainda não, porém, vários recursos são utilizados e o alívio bastante significativo será atingido.
A situação de dor impõe uma série de restrições aos doentes. Algumas são percebidas como perdas perspectivas de vida e de expectativas futuras.
O tratamento para dor crônica não é unimodal. Envolve diferentes métodos de intervenção. Entre eles os psicológicos.
A dor crônica ocorre como conseqüência de vários fatores. Os fatores psicocomportamentais como afetos, emoções, pensamentos, sentimentos, relacionamento interpessoal, sexual, ocupacional e do trabalho são decisivos seja no moento da instalação, manutenção do problema ou em seu tratamento.
A dor aguda ou crônica não é um problema exclusivo do doente. Envolve pessoas com as quais ele se relaciona. A orientação, informação e apoio aos cuidadores dos doentes é de extrema importância no sucesso dos tratamentos.
O estado de motivação para a curar-se é de fundamental importância. Não se esqueça que por vezes os tratamentos podem ser exaustivos. Várias situações psicossociais e familiares podem influir e dificultar a disposição do doente para manter os tratamentos.
Dor crônica em muitos casos está associada a ansiedade e/ou depressão e não forem tratadas adequadamente apresentam maiores dificuldades para que os doentes possam responder bem aos tratamentos. Procure um profissional que o ajude, o Psicólogo deve ser um deles, pois é o profissional que auxilia a encontrar esquemas vivênciais mais adaptados, mais eficazes para momentos de impasse e conflitos.
É bastante comum que na vigência de quadros dolorosos os doentes enfrentem situações de angústia e tristeza. Isto não significa necessariamente que esteja com problemas mentais. Procure um profissional que o ajude, o Psicólogo deve ser um deles. É bastante comum que quadros de ansiedade e depressão anteriores ao surgimento da dor e nestas circunstancias agravam ambos, a dor e o sofrimento mental. Procure um profissional que o ajude, o Psicólogo deve ser um deles.
Cada caso deve ser examinado, do ponto de vista psicológico, individualmente, pois “o que é bom para alguns não é necessariamente bom para todos”. Os métodos de intervenção em Psicologia devem se adequar às necessidades de cada caso e têm suas indicações precisas. O profissional que está apto para prescrevê-los e aplicá-los é o psicólogo.
São vários os métodos de intervenção psicológica:
Psicoterapias;
Técnicas psicocomportamentais;
Técnicas de aconselhamento;
Orientação, apoio e técnicas psicoeducativas;
Reabilitação psicológica.
O que você doente pensa, acredita ou imagina acerca de sua dor é sempre importante. Porém, nem sempre é a única verdade. Em situações de intenso estresse costumamos atribuir causas à eventos que nem sempre correspondem à realidade.
Frequentemente observarmos o desenvolvimento de algumas “crenças” ou “expectativas” acerca da doença e de seu tratamento. Nem sempre estas se confirmam. Tire suas dúvidas com um profissional habilitado.
Não creia que o problema é só seu, nem que você é o único a enfrentar esta situação. Pouquíssimas patologias dolorosas são raras. A maior parte delas decorre de hábitos e estresse da vida moderna.
A Dor é sua. Você não é dela.
Os estados dolorosos que se estendem além do desejável são sempre acompanhados de sofrimento psicológico.
O sofrimento psicológico decorrente da dor se não tratado pode implicar em danos em outras esferas da vida, como o profissional, familiar e social. Além de contribuir para alimentar os estímulos que causam dor.
Os tratamentos à doentes com dor crônica devem sempre considerar os componentes psicocomportamentais envolvidos para que os resultados sejam mais eficazes.
Não se assuste se num dado momento lhe disserem que sua condição dolorosa é esperada, pois algumas patologias trazem como conseqüência secundária a dor.
A dor “psicogênica” não é “coisa da sua cabeça”. Merece a atenção de profissional capacitado. Procure ajuda de um psicólogo.
A dor, em alguns casos, pode estar associada a eventos psicológicos traumáticos, como “perdas” significativas, pois, o corpo responde mais prontamente às circunstâncias emocionais do que se imagina.
O corpo é a sede das emoções, utiliza a linguagem como um dos meios de expressão de tradução nossos afetos. Porém, existem outros formas para que os afetos possam ser traduzidos.
Falar sobre seu sofrimento em relação à dor a um profissional psicólogo é mais eficaz quanto a seu alívio do que queixar-se a leigos sobre ela.
Queixar-se por queixar-se não leva a nada. Nossas queixas devem servir para que possamos buscar soluções.
É importante que o doente com dor crônica deseje e faça todo o possível para livrarse do problema. A família e a equipe de saúde só serão meios de apoio para que a cura se concretize.
A Dor é sua. Você não é dela. Aja de modo a que sua dor não domine sua vida. A dor não pode dirigir sua vida. Você deve dirigi-la.
Observe e relate à equipe de saúde as circunstâncias em que a dor ocorre. Situações que favorecem seu aparecimento ou apaziguamento, incluindo as situações de angústia, ansiedade e tensão que popularmente são chamados “nervoso ou estresse do dia-a-dia”.
Procure quebrar o círculo vicioso de passividade diante da dor investindo em expectativas tangíveis de cura.
Curar-se pode significar várias coisas. Desde um alívio do sintoma até sua remissão completa e seus graus intermediários. Para alguns doentes o alívio já se traduz em ganho inestimável da qualidade de vida.
Certifique-se de que você pode viver sem dor.
Tente elucidar todas as suas dúvidas a respeito de sua dor com os profissionais de saúde que são responsáveis por seu tratamento.
IMPORTANTE: DOR E SOFRIMENTO NÃO SÃO A MESMA COISA.
Não se recrimine por estar com dor: ,uito possivelmente é uma doença. Muitas vezes os instrumentos técnicos de investigação como exames disponíveis e prescritos ainda não estão avançados o suficiente para demonstrá-lo.
O sofrimento que a dor causa, na maior parte das vezes, complica a evolução do tratamento. O sofrimento existe. Respeite-o. Porém, não permita que ele impeça o desenrolar de sua vida.
Procure reexaminar hábitos e atitudes do cotidiano, inclusive os comportamentais e emocionais. Tente modificar aqueles que trazem mais angústia. Não hesite em procurar ajuda de um psicólogo, caso encontre dificuldades.
A vida foi feita para ser vivida da melhor forma possível, apesar da dor e do sofrimento. Busque ajuda de um psicólogo para atingir seu objetivo.